Iniciamos o ano novo com
grandes desejos, principalmente de superação de tantos desafios e consecução de
harmonia e paz.
Ao mesmo tempo em que
olhamos para Maria como a portadora do Príncipe da Paz, queremos fazer o
compromisso de sermos, também nós, os promotores da verdadeira paz, fundada na
justiça e no amor. Sem realizarmos o projeto de Deus na vida, nós nos fixamos
demais nos projetos pessoais e nos fechamos para a solidariedade com os outros,
principalmente se eles não nos ajudam em nossos empreendimentos. O Filho de
Deus veio nos ensinar que só nos realizamos e temos vida feliz quando somos
capazes de nos doarmos em bem do outro. Assim, a construção da paz só é
possível quando fizermos nossa parte para ela acontecer. A paz começa com a
unilateralidade de nossa doação a um convívio de justiça, misericórdia,
contribuição com o desenvolvimento da comunidade e promoção da política e de
políticos que realmente têm grandeza de caráter para trabalharem pelo bem
comum.
No ano de eleições
precisamos colocar a mão na consciência e termos muito discernimento para
olharmos para nossa ação missionária, que nos leva a promover o conhecimento e
a vivência dos valores do Evangelho. Nossa ligação da fé com sua prática
consequente nos leva a olhar pela promoção da vida plena, em que os mais
deixados de lado tenham vez. As eleições municipais são importantíssimos meios
para mudarmos muita coisa do que está errado na inclusão social dos mais
empobrecidos. Formar a boa consciência política nos leva a indicar pessoas de
qualidade moral e capacitadas para o exercício do mandato executivo e
legislativo. Quem quer paz, na dimensão humana e cristã, é levado a superar
todo tipo de corrupção ativa e passiva.Ninguém pode comprar ou
vender voto, por isto ser coisa imoral e anti-cidadã. Quem já tem a máquina
pública em mãos e vai disputar a reeleição, se não tiver altivez ética possui
mais força para usar meios de corrupção para angariar votos. É preciso haver a
consciência de cidadania dos eleitores para não se deixarem enganar.
Em sua mensagem de paz
para o dia primeiro do ano novo, o Santo Padre sublinha o valor da educação à
juventude para a justiça e a paz. É preciso saber escutar e valorizar o mundo
jovem. É dever da sociedade.
De fato, a juventude
deve formar nova base para uma sociedade de pessoas cônscias de sua cidadania
para a promoção da vida, da autêntica liberdade e da paz. Ela deve ser formada
para a valorização da vida, superando os mecanismos de morte, como a má
formação da família, a lesão dos direitos, todo tipo de vício, desrespeito aos
valores éticos, da boa política, da justiça e da solidariedade. Só assim se
forma e se tem o resultado da paz. A família bem constituída dá base de
sustentabilidade da boa formação da juventude.
O novo ano seja de
grande progresso na nossa ação missionária de implantação dos valores do
Evangelho da paz.
Constatamos que não
basta apresentar o desejo do ano novo feliz. É preciso haver o compromisso e o
real esforço para promovermos a cultura da justiça e da paz.
* É
arcebispo metropolitano de Montes Claros. É presidente do Regional Leste II da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o quadriênio 2011-2015.
Foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Diálogo Ecumênico e
Interreligioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de maio de 2007 a maio de 2011. Nasceu
em Ituiutaba, Minas Gerais, em 23 de outubro de 1943. Pertence à Congregação
dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (CSS). Foi nomeado arcebispo
metropolitano de MOC em 07 de fevereiro de 2007, tomando posse nesta Igreja
particular em Missa
Solene no dia 14 de abril do mesmo ano. Foi ordenado
sacerdote estigmatino em 09 de janeiro de 1971.
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