Ministério do
Planejamento ameaça encerrar negociações e alega restrição orçamentária para
reajuste de R$ 40 bi (Cristiane Bonfanti)
O governo deve retaliar as categorias de servidores públicos federais que entrarem
Duvanier Paiva Ferreira, criticou ontem os trabalhadores que
cruzaram os braços em meio ao processo de
negociação. A seu ver, a mobilização dos funcionários
ligados à Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que chega
hoje ao 45º dia de paralisação, foi
equivocada. “A greve é um direito constitucional, mas é uma manifestação de confronto. Se outras
categorias entrarem em greve, pode ser que a gente resolva não as
receber”, afirmou o secretário.
Duvanier Paiva conversa por duas horas com representantes da categoria e avisa que não aceita paralisação Duvanier passou ao menos duas horas em reunião ontem com representantes de servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Para ele, o encontro foi “positivo”. Entre os sindicalistas, porém, o clima foi de insatisfação. A conversa aconteceu com uma semana de atraso, sob a alegação de que o governo precisava de tempo para analisar o montante orçamentário disponível para os reajustes e as prioridades dos trabalhadores. Mas nada de concreto foi apresentado. “Saímos frustrados.
Duvanier Paiva conversa por duas horas com representantes da categoria e avisa que não aceita paralisação Duvanier passou ao menos duas horas em reunião ontem com representantes de servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Para ele, o encontro foi “positivo”. Entre os sindicalistas, porém, o clima foi de insatisfação. A conversa aconteceu com uma semana de atraso, sob a alegação de que o governo precisava de tempo para analisar o montante orçamentário disponível para os reajustes e as prioridades dos trabalhadores. Mas nada de concreto foi apresentado. “Saímos frustrados.
Esperávamos, ao menos, a sinalização de uma política de reajustes permanente, como a do salário mínimo”, disse Nei Jobson, diretor jurídico do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências).
O Ministério do Planejamento deixou claro que não concederá reajuste salarial linear de 14,75% pedido pelos servidores federais. Nas contas do secretário Duvanier, apenas esse pedido teria um impacto anual da ordem de R$ 19 bilhões nas contas públicas. “Há uma restrição orçamentária neste momento e precisamos discutir nas mesas setoriais o que realmente é prioridade”, justificou. Os sindicatos se preocupam, agora, com o prazo de envio da proposta do Orçamento de 2012 para o Congresso Nacional, que termina em 31 de agosto. A próxima reunião com o Planejamento deve ocorrer na primeira semana de agosto.
Apesar das ameaças do governo, as categorias mantêm a promessa de entrar em greve a partir de agosto, caso não tenham respostas concretas. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasef), que reúne 20 mil professores e técnicos
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) também discute suspender as atividades. “Queremos, sim, discutir as disparidades, mas precisamos de garantias de que, ao menos, o nosso vencimento será corrigido ano a ano”, disse o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa.
Insatisfação geral
Insatisfeitos com a
falta de resposta do governo, entidades que representam delegados e peritos da Polícia Federal, advogados
públicos da União e auditores da Receita
Federal e do Trabalho farão, na próxima quinta-feira, o Dia Nacional pelo Direito a um
Serviço Público de Qualidade. A partir das 10h, os trabalhadores se
concentrarão nos aeroportos Juscelino Kubitschek (Brasília),
Guarulhos (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro) para reivindicar mudanças,
como a retomada dos concursos públicos, a
reestruturação das carreiras e o fim da terceirização.
CORREIO BRAZILIENSE
Publicação: 22/07/2011
08:00 Atualização: 22/07/2011 08:35