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18 setembro 2010

FATOS E FACTÓIDES

Poucos terrenos se revelam tão férteis como o período agitado e turbulento das campanhas eleitorais. Além de obras feitas às carreiras, de promessas grandiosas irresponsáveis, de visitas inesperadas e de sorrisos com tapinha nas costas, fatos e factóides se mesclam e se confundem. Com frequência um fato relevante, como, por exemplo, a quebra de sigilo fiscal de políticos e familiares da oposição, por parte de funcionários da Receita Federal, ou o tráfico de influência no Ministério da Casa Civil, passa a ser visto como um mero factóide. Ou inversamente, um factóide insignificante, talvez a inauguração de uma estação de metrô, publicado espalhafatosamente por algum periódico mais sensacionalista, não só ganha a robustez de um fato como pode servir para eclipsar fatos escusos e obscuros.
No primeiro caso, procura-se minimizar o poder do Estado, ou o peso da máquina do governo, sobre o resultado das eleições. Apresenta-se como normal e corriqueiro aquilo que é pura intervenção e manipulação das forças governistas sobre os dados e as informações de seus opositores. Naturaliza-se com facilidade atos truculentos perpetrados contra os adversários ou contra a liberdade de imprensa, fazendo com que uma mentira, quando insistentemente repetida, acabe se tornando verdade. Para isso servem as tropas de choque e a propaganda enganosa que, agressivamente, compõem o cardápio de quase todos os candidatos. Vale manipular números, selecionar dados, ocultar fracassos ou exibir na vitrine os sucessos. Daí ao princípio de que os fins justificam os meios, o caminho é muito curto. É o que se chama impor o próprio jogo, onde “o ataque é a melhor defesa”.
O segundo caso é próprio de quem joga na defesa. Aqui é comum ver fantasmas por todos os lados. O medo e a impotência os nutrem porque necessita deles. Instala-se uma espécie de complexo de perseguição. Qualquer palavra ou gesto mais duro e agressivo vira “uma tempestade em copo de água”. Volta-se à política primitiva do campo oposto entre bons e maus, onde a metáfora mais adequada segue sendo a de “mocinhos” e “bandidos” do faroeste norte-americano. A dicotomia taxativa, o dualismo ideológico e a mútua belicosidade criam e cultuam heróis de um lado e vilões do outro. No tiroteio das palavras e na força sedutora do marketing, ninguém parece dar-se conta de que, no fundo, carregamos todos no sangue e na alma as duas tendências do amor e do ódio, da morte e da vida – como bem assinalou Freud há mais de um século.
Converter fatos reais e substantivos em factóides é próprio das classes dominantes ou das oligarquias, tão senhoras de si na trajetória política brasileira. Denúncias sérias, às vezes recheadas de provas contundentes, podem ser banalizadas como práticas “que todo mundo faz”. A isso se presta, não raro, os setores da imprensa mais retrógrados e avessos a mudanças, enquanto outros meios de comunicação tratam de investigar e divulgar. Nessa banalização dos fatos, para encobrir sua gravidade, alguns promotores públicos mais arrojados terminam execrados e linchados diante das câmaras e dos holofotes. Umas e outros tanto podem iluminar os bastidores da corrupção como ofuscá-los por meio da espetacularização de fatos menores. Afinal de contas, a neutralidade da mídia e da informação não passa de um mito.
Já os setores subordinados tendem mais a fazer o contrário, isto é, transformar factóides em fatos e ameaças. Pousando de vítimas, enxergam risco de conspiração por todos os lados. Mantêm sentinelas nos postos de vigia para converter sombras irreais em inimigos reais. Mobilizam todo o exército, e ainda as mesmas câmaras e holofotes, procurando inflar um perigo mais subjetivo que objetivo. Criam um balão de vento que não resiste à menor investigação ou a uma análise mais acurada. Aliás, a espetacularização midiática é mestra em borrar as fronteiras entre acontecimentos centrais e ocorrências secundárias, entre o que é essencial e o que não passa de verniz efêmero. Nesse campo nublado e escorregadio da disputa política, com frequência utiliza-se um canhão para matar um mosquito.
Mas convém não esquecer que, tanto os do andar de cima quanto os do andar de baixo, de acordo com os interesses mais imediatos, podem manipular fatos e factóides a seu bel prazer. É a arte de supervalorizar ou menosprezar acontecimentos comuns na arena da política diária. As pesquisas eleitorais, com seus números, gráficos e tabelas, costumam antecipar os vencedores e os derrotados, o que contribui mais ainda para um clima quente, febril e excitante. Nesse cenário cheio de tensões e conflitos, uns e outros não terão escrúpulos em engrandecer ou diminuir o potencial eleitoreiro de um fato, seja ele maior ou menor, de caráter conjuntural ou estrutural. O importante é extrair todos dividendos políticos do assunto em questão. No dizer do povo, política com “P” maiúsculo se converte em política com “p” minúsculo ou em politicagem.
Em tais embates, as campanhas costumam contrapor governo a governo, FHC versus Lula e este versus Serra, como se estivéssemos diante de mudanças substanciais. Pelo contrário, o que se constata nas últimas décadas é a continuidade da política econômica, com ênfase diferenciada neste ou naquele particular. Muda o recheio, o colorido, o sabor e o formato, mas a massa do bolo permanece a mesma. Aliás, o jogo entre fatos e factóides serve, em não poucas ocasiões, para iludir os eleitores. Muda-se apenas a aparência, mas com tal eloqüência e publicidade ou com tal riqueza de detalhes, que os olhos do cidadão se enchem de fumaça enganosa. Promove-se um espetáculo, um show pirotécnico para implantar determinado programa que, no fundo, mantém intato o destino histórico e estrutural do país. Após a estrondosa profusão de luzes e cores, desenhos e malabarismos, sobram as cinzas frias e apagadas. Com reza o ditado, “a montanha pariu um rato”.
Uma fachada aparente, revestida de paletó-e-gravata, maquiada de cosméticos, ornada de solenidade e sacralizada pela “liturgia do poder”, confere seriedade a esse jogo de troca de poder. Terminado o jogo, os discursos envenenados se convertem em namoros mútuos e em alianças pela governabilidade, onde, joio e trigo voltam a confundir-se, para o interesse geral da nação. E, é claro, para uma generosa distribuição de cargos aos fiéis companheiros.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
OBS: Enviado por e-mail pela minha amiga Carmem Lúcia Costa.

15 setembro 2010

LULA NÃO É MAIS PRESIDENTE


Causou indignação na oposição o papel agressivo que o presidente da República assumiu no último programa eleitoral da candidata do PT, Dilma Rousseff. Foi uma atitude inédita no país até então. O presidente do PPS, Roberto Freire, acha que o fato de Lula ter aparecido se fazendo de vítima e acusando a oposição de baixar o nível da campanha demonstra que "ele já não é mais o presidente". Para Freire, Lula "abdicou do cargo e das responsabilidades, perdeu o respeito pela instituição Presidência da República ao transformá-la em instrumento eleitoral; tornou-se cabo eleitoral da candidata dele".

Freire disse que a vítima não é Dilma, mas todos os brasileiros, ou seja, a situação é o contrário do que disse Lula no programa eleitoral. "É um governo que não respeita as instituições republicanas, desmoraliza o Estado, as repartições públicas, como no caso das quebras de sigilo, que deixou a Receita Federal completamente desmoralizada". Na opinião de Freire, "isso é próprio de uma republiqueta".

Normalmente, no dia sete de setembro, os presidentes da República pedem a formação de cadeia de rádio e televisão para um pronunciamento à nação. O presidente Lula não fez isso. Entretanto, apareceu no final do programa da candidata Dilma vestindo terno, usando o broche da Presidência para acusar a oposição e defender a ex-ministra. Embora ostentasse o brasão, não parecia um presidente; apenas mais um político no jogo demagógico a tirar proveito do cargo, utilizando a mentira em prol de seu projeto de continuar no poder.



Roberto Freire

12 setembro 2010

SIMPLICIDADE - Luiz Fernando Veríssimo


Cada semana, uma novidade.    
   
A última, foi que pizza previne câncer do esôfago.  
Acho a maior graça.
Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas, peraí, não exagere…



Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal prá minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro, faz-me sentir novo em folha.



Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas, depois, rejuvenesço uns cinco anos! Viagens aéreas não me incham as pernas;     
incham-me o cérebro, volto cheio de idéias!
Brigar,me provoca arritmia cardíaca.



Ver pessoas tendo acessos de estupidez, me embrulha o estômago!
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro, me faz perder toda a fé no ser humano… 
E telejornais…



Os médicos deveriam proibir… como doem!
Caminhar faz bem, namorar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.



Acordar de manhã, arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite, isso sim, é prejudicial à saúde.


E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas,pior ainda.



Não pedir perdão pelas nossas mancadas, dá câncer, guardar mágoas, ser pessimista, preconceituoso ou falso moralista, não há tomate ou muzzarela que previna!


Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo,não ter ninguém atrapalhando sua visão,nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!


Cinema é melhor prá saúde do que pipoca.
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é o melhor de tudo e muito melhor do que nada!



OBS: Texto enviado por minha aluna e amiga Rosilene, por e-mail.

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