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17 junho 2010

Participação Cidadã





O conceito de cidadania sempre esteve fortemente atrelado à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção da política do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto),seja ao concorrer a cargo público (indireto). 
No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade. Ai está o nosso maior desafio: cumprir deveres. 
A maioria dos brasileiros sabe reclamar seus direitos mas parece que ignoram, ou querem ignorar, seus deveres e, o dever mais ignorado é a participação, como cidadãos, na vida pública do nosso pais. Participação no controle social e na tomada de decisões sobre as políticas públicas e demais decisões governamentais, que nos é garantido na Constituição Federal de 1988, também chamada de Constituição Cidadã. 
Neste ano de eleição vamos exercer nossa cidadania escolhendo bem os nossos representantes políticos na hora do voto. Não vamos reeleger políticos que não governaram para o povo e sim para interesses pessoais e partidários, que não cumpriram com seus compromissos de campanha e, mais ainda, que estejam "com suas fichas sujas". Agindo assim certamente mudaremos a "cara" da política no Brasil.


15 junho 2010

FORMANDO CIDADÃOS

A família não está em extinção e nem é uma instituição falida. Acredito na família e tenho certeza que muitas pessoas também acreditam. O que anda acontecendo então com a família tradicional? Esta é um pergunta difícil de responder, mas se tivermos condições de fazermos uma análise sobre a família perceberemos que a família hoje tem várias ramificações: família tradicional: pais, filhos e netos; família de pais separados: onde os filhos moram ou com a mãe ou com o pai, ou a inda cada semana na casa de um ou às vezes ficam perdidos na criação de avós ou parentes próximos; Famílias formadas por casais de homossexuais: neste caso, por não poderem ter filhos naturais, alguns desses casais fazem opção para a adoção. (No Brasil esta prática além de não ser comum, não tem apoio da leia, autoridades e pouca parte da sociedade aceita esse conceito de família) E muitas outras.

Os conceitos sociais ao longo de décadas vêm se modificando conforme o interesse da vida humana. Se essas modificações são certas ou erradas, não vamos entrar no mérito da questão. Mas algumas modificações chocam e confundem a cabeça em formação dessa nova geração e até mesmo das pessoas mais maduras, ou que julgamos mais vividas. O mundo mudou e realmente as relações de trabalho refizeram as relações familiares. As relações interpessoais sofreram o impacto dos novos costumes e das novas tecnologias. Foram as mudanças no mundo que geraram uma nova relação nas famílias. As pessoas hoje não são iguais às pessoas ontem.

É freqüente ouvir os pais comentarem que os filhos saem de casa nos dias de hoje no horário em que eles estavam chegando. Muitos pais ficam indignados quando os amigos dos filhos invadem sua casa sem sequer cumprimentar. Os professores por sua vez queixam-se da indisciplina, das notas baixas, do desinteresse pelas aulas. Muitos ainda jogam lixo pelas ruas, deixam banheiros imundos, não sabem regular o alimento, deixando sobrar comida nos pratos.

Na classe média instalou-se um forte consumismo e os adolescentes só se sentem aceitos no seu grupo de referência quando vestem roupas de marca, compram o tênis do momento. Somos condicionados a uma vida voltada ao consumo e à satisfação básica de nossa animalidade: comer, beber; vestir, ter luxo e conforto etc.

Os pais encontram dificuldades em colocar limites nos filhos. Foram criados com rigidez, sem diálogo, onde a criança não tinha vez e nem voz dentro da família. Hoje os pais querem dar aos filhos o que não tiveram. Certamente as crianças e os adolescentes de hoje não conseguem imaginar como os seus avós viviam sem fax, telefones celulares, Internet. Os recursos tecnológicos e os canais de comunicação mostram extraordinárias transformações, mesmo assim, grande parte dos dilemas e queixas entre as gerações permanece: quartos desorganizados, objetos deixados por toda a casa, brigas entre irmãos e desobediência, são queixas apontadas pelos pais pelo menos há três décadas.

Em nossos lares a TV equivale a uma vitrine, não só pela gama de produtos de consumo que oferece, mas em especial enquanto meio de controle ideológico por parte de grupos econômicos e do próprio governo representativo da elite dominante. Fazendo inadvertidamente o jogo dessa ideologia, os pais percebem-se como bons ou amorosos com seus filhos ao procurar dar-lhes tudo materialmente. As pessoas de parcos recursos financeiros, evidentemente, igualmente são solicitadas a consumir. E não podendo fazê-lo, embora estimuladas pelo jogo ideológico, sentem-se falidas ou desvalorizadas, tanto no que se refere à sua capacidade de consumo quanto ao desejo de possuir. Nesses casos, qualquer objeto que sugira ou dê um mínimo prazer é visto como indispensável.

As crianças e os jovens são os alvos preferidos na criação de novas necessidades pela mídia. Incapazes de entender o significado da TV e o propósito da propaganda passam a desejar tudo o que lhes é apresentado, crescendo assim hipersensíveis ao prazer. É o que denominamos de neofilia que é a afinidade irresistível com tudo o que aparece como novidade resultante da doutrinação das massas.

A neofilia é a patologia social de nosso tempo. Nem é preciso detalhar nossa sensação quando entramos em um hipermercado. Somos condicionados a tornarmo-nos dependentes, ou seja, adictos a um considerável número de produtos. Temos assim em nossos meio dependentes de roupas, livros, sapatos, aparelhos eletrônicos, comida, bebida. Vivemos na sociedade em que o valor prioritário é ter posse de coisas, objetos e pessoas. O indivíduo é classificado pela marca de sua roupa, pelo cargo que ocupa, pelo carro que possui, o tipo de trabalho que desempenha ou a quantidade de pessoas as quais dirige. Ter é ser tornou-se o valor da sociedade de consumo e, se não podemos, de imediato, ter algo desejado, já que a ideologia do consumo em nada facilita o aprendizado da espera e do adiamento de ganhos, seus patrocinadores nos oferecem esse algo em "suaves prestações".

Dessa maneira, os objetos têm um "valor" maior do que o humano. O homem é valorizado pelo que possui e, por isso, corre o risco de, nessa sedução, transformar-se em um ser-coisificado. Para se identificar com o seu meio, ele precisa, cada vez mais, ter. Caso não se pos¬sa ter, há o risco até de se querer tirar de quem tem. Isso acaba ocor¬rendo com pessoas de todas as classes sociais, solitárias e ensimesmadas, desejosas ou apegadas a objetos como forma de esconder suas cri¬ses, ou seja, vivendo em alienação. Em seu mundo interno, estão distantes de si mesmas e, quanto ao mundo externo, ausentes de sua realidade social.

Os pais hoje correm os riscos de caírem nesta armadilha e educar os seus filhos como consumidores e não como cidadãos. O modelo do homem "consumidor" é de certa forma limitada (para dizer o mínimo!). É necessário, portanto, reconhecer a importância do modelo "cidadão" dentro do qual não caberia esse modelo de "consumidor". Participar como membro ativo de sua comunidade não significa ter que parar de fazer escolhas individuais de consumo entre as várias opções apresentadas. Pelo contrário, a remoção das escolhas torpes (tais como aquelas que visam lucros, bens ou direitos à custa dos trabalhadores, das famílias, dos pobres, da natureza) tornará nossas opções potencialmente enriquecidas.

Importante destacar também o papel que o modelo "cidadão" exerce sobre aqueles que o praticam e como ele pode enriquecer nossa vida social e pessoal. A ação através de instituições participativas alimenta e fortalece uma espécie de "ânimo público". Os cidadãos, em virtude de tomarem decisões coletivas tendem a levar em consideração os interesses dos outros tanto quanto os seus próprios, bem como pesar o impacto que suas possíveis decisões irão provocar nos outros, na sociedade e no meio ambiente. Isto significa, pela sua própria natureza, um processo educativo onde todos saem ganhando no desenvolvimento de suas habilidades críticas aperfeiçoando e expandindo suas definições de auto-interesse considerando a si próprios como parte da sociedade e do eco-sistema tanto quanto indivíduos. O modelo "consumidor", pela sua própria natureza, exclusivamente orientado pelo privado e pelo dinheiro proporciona pouco ou nenhum desenvolvimento às faculdades das pessoas, as quais tendem colocar seus interesses mesquinhos pessoais e imediatos como o guia que orienta direta ou indiretamente suas ações "racionais".

Estamos formando cidadãos aptos para enfrentar estes desafios e superá-los de forma criativa e humanista ajudando a construção de uma nova sociedade ou, simplesmente, formamos diariamente nas escolas e universidades meros reprodutores do conhecimento posto, peças humanas (seres humanos egoístas e sem capacidade de reflexão), para uma máquina enferrujada.

O objetivo do modelo "cidadão" não é "substituir" o modelo "consumidor", mas apenas aperfeiçoar o ambiente social onde fazemos nossas escolhas de consumo individual. O que o modelo "cidadão" deseja é colocar tais decisões sob uma estrutura social (não mercantil), de tal forma que todos tomem parte ativa em proporcionar qualidade de vida para todos pela remoção da "Lei de Gerson" tanto quanto possível.

Por isso a escola ganhou um papel decisivo. Abrir os olhos para educar nossos jovens com ética e solidariedade, formando-os como cidadãos autônomos e conscientes de seu papel social, é obrigação fundamental nos dias de hoje. As escolas devem preparar seus alunos para o exercício da reflexão e da crítica, da gestão democrática e participativa, desenvolvendo habilidades que, além de privilegiar a informação, enfatizem o conhecimento, a autonomia, a capacidade de tomar decisões, o trabalho em grupo, a polivalência, a flexibilidade etc., formando cidadãos íntegros e preparados para os desafios de seu tempo.

Através da ação das escolas e de seus educadores, comprometida e em parceria com as famílias, poderemos abandonar o discurso conservador da crise que nos levaria à catástrofe e abraçar a vanguarda da transformação, que oferecerá às futuras gerações um horizonte de muitas possibilidades.

Odete Dan Ribeiro


14 junho 2010

ÉTICA COMO A ARTE DA CONVIVÊNCIA

Quando analisamos a questão da indisciplina na escola, observamos que, quase sempre, é conseqüência de dificuldade de relacionamento do aluno/a com seus pares, com os professores e demais profissionais e, destes com o aluno/a.

Neste mundo competitivo, individualista e “virtual” que estamos vivendo, relacionar-se com o “outro”, olho no olho, tornou-se uma Arte, “entendendo Arte no seu sentido grego (téchne) de habilidade, destreza e capacidade, que se adquirem através da prática (práxis) das ações continuadas e repetidas com o propósito de se firmarem e constituírem um caráter, uma disposição para viver-com ou conviver não apenas com os próximos imediatos, com nossos semelhantes, mas também com os ‘outros’, os diferentes – e aqui está o nosso maior desafio” (Migliori-1998).

Observamos uma dificuldade de perceber a delimitação de espaço e de direito: “onde termina o meu e começa o do outro” e de estabelecer como princípio da boa convivência a ética: “não fazer ao outro o que eu não quero que façam comigo”.

Ética em seu sentido de maior amplitude tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Segundo Sanchez Vasquez “A Ética é a ciência que estuda o comportamento moral do homem na Sociedade” (1975-p.12).

Frente a essa indisciplina que vivenciamos na escola, faz-se necessário reabilitar a ética como prática, no cotidiano. Uma ética como direcionamento de vida, de comportamentos pessoais e de ações coletivas, “Os indivíduos são capazes de se constituírem em sujeitos, na medida em que esses se percebem como parte de um coletivo, porque o sentido se concretiza no outro. Neste sentido a completude entre o eu e o outro não é de mero acoplamento, poste que não se trata de seres divididos que buscam no outro sua metade. E a sala de aula é a relação entre o professor e o aluno. Um encontra no outro sua identificação e, concomitantemente, sua negação, pois o professor pressupõe o aluno e vice-versa.” (Marques, 2003 p.58)

Segundo o PCN (1998, p.61) trazer a ética para o espaço escolar significa enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino e aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma constante atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos e das circunstâncias, de problematização das ações e relações e dos valores e regras que os norteiam.

- SANCHEZ VAZQUEZ, Adolfo. Ética/Adolfo Sanchez Vasquez; tradução de João DellÁnna.  27ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
- MIGLIORI, Regina de Fátima; DISKIN, Lia; ESPIRITO SANTO, Rui Cezar do. Ética, valores humanos e transformação. São Paulo: Fundação Peirópolis, 1998.
- BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quartos ciclos; Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
- MARQUES, Jane Aparecida – Dissertação de Mestrado – As mil e uma faces do garoto BomBril: um estudo da reprodução recepção do discurso publicitário veiculado na mídia impressa. USP, 2003.

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